Ela queria apenas andar, o rumo era incerto...
Um dia atípico...
Mudou tudo o que ia fazer, para não fazer nada.
Andando pelas ruas de São Paulo, ela olhava tudo e todos como se fosse a primeira e última vez que teria aquela oportunidade. A companhia era a improbabilidade, a incerteza...
E pela primeira vez aquilo não a angustiou.
A vida por ela era muito regrada e algo estava mudando.
Viver...
Quatro passos sem direção...
Dois olhares com a mesma visão...
Objetivos...
Nada naquele dia seria lembrado como algo simples, ou importuno.
O dia foi...
A cada hora que passava a menina de tênis surrado e roupas simples, tinha vontade de voltar no tempo e repetir a direção.
Ternura implícita em atos insanos acontecia a cada momento...
Durante aquela semana muitos dias de chuva aconteceram. E naquele dia a garota acordou sabendo que o sol teria uma intensidade melhor.
Os olhares eram apertados, era dia, e a lua já dava boas vindas... Sol e lua visível, momento de admiração daquela pessoa.
Cada segundo, cada passo, vozes, risadas, paradas. Era contemplado.
A solidão era algo partilhado entre duas almas...
Isolamento a dois.
Fazendo o que dava na cabeça o dia foi passando, e passando...
O dicionário de palavras fora acabando. Tudo agora era expressão!
As músicas viraram ironias do momento, o olhar era como maquina fotográfica...
Recordações ela queria.
A lua agora já era mais intensa, e os olhares não mais apertados.
Sem saber se teria uma nova oportunidade à despedida acontece...
Era hora do simplório tchau...
Ela continuou com o desígnio de início.
E o fez...
Entre carros, luzes, prédios, árvores, pessoas ela persiste em caminhar.
A cada passo, sem saber qual destino seguir, a garota olhava para o céu e pedia que aquele sonho fosse eterno!
O dia se foi...
Mari Bernun